Com o patrocínio da Petrobras, o grupo que em 2014 completa 18 de anos de estrada, faz turnê pelo Brasil e privilegia a parceria e o público de cidades que já fazem parte de sua trajetória. O espetáculo Plural poderá ser visto no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo. Já o espetáculo Gato Negro fará parte da programação do 6º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre
De 23 a 27 de abril (4ª a domingo) Porto Alegre receberá a Cia de Teatro Nu Escuro, que tem sede em Goiânia (GO), e que comemora 18 anos de trabalho. O grupo retorna à capital gaúcha trazendo na mala dois de seus principais espetáculos: Plural e Gato Negro. A programação faz parte da turnê nacional da trupe, patrocinada pela Petrobras. Em circulação pelo Brasil, estes trabalhos já foram apresentados em Belo Horizonte (MG) e em Porto Velho (RO).
Nos dias 23 e 24 de abril as apresentações de Plural serão no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1223). Nos três dias seguintes a Companhia integra a programação do 6º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre com o espetáculo Gato Negro.
Os espetáculos
O primeiro a entrar em cena é o Plural, que teve sua estreia em 2012, e que conta histórias de mulheres que tiveram seus cotidianos familiares alterados pela necessidade de migração da zona rural para a zona urbana. Uma migração que aconteceu também no íntimo de cada uma das personagens, que se distanciam de seus lares e precisam enfrentar a dura realidade das cidades grandes. Nesta montagem mais uma vez o grupo trabalhou com o teatro de bonecos. Os personagens são feitos de pano, tricô e crochê, e contracenam com os atores. Atores e bonecos cantam, dançam e tocam cantigas populares. O roteiro da obra contou com um toque muito especial: as histórias encenadas foram contadas pelas mães de alguns dos integrantes do grupo. Este material foi transcrito, gravado e usado para detalhar os sentimentos e emoções destas mulheres. Uma homenagem da diretora e atriz Izabela Nascente à sua própria mãe e irmãs.
Em seguida, e como parte da programação do 6º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre o público confere o espetáculo Gato Negro. A mais recente criação da Nu Escuro é inspirada em mitos populares do imaginário latino-americano e conta a história de três mulheres que vivem em uma fazenda isolada, e que esperam um cavalheiro que as despose. A encenação acontece em ambientes abertos e na rua, e mostra a versatilidade da linguagem teatral desenvolvida pelo grupo, que busca na música ao vivo e nos passos coreográficos uma comunicação imagética rica e retumbante. Desta vez a direção e dramaturgia ficou por conta de Hélio Fróes.
A Companhia em Porto Alegre
A última vez que a Cia de Teatro Nu Escuro esteve em Porto Alegre foi em 2012 com o espetáculo Carro Caído. Na ocasião o grupo participou de um projeto de residência da MEME Santo de Casa Estação Cultural, e também integrou a programação da 4ª Mostra de Teatro Infantil de Porto Alegre. Izabela Nascente, uma das atrizes – e a diretora do espetáculo Plural – comenta: “No teatro somos sempre instigados a buscar novos elementos e aprimorar o que já está elaborado, por isso o público vai poder rever essa linguagem muito particular que é construída pela Nu Escuro ao longo destes 18 anos, mas também vai poder conferir uma nova pesquisa, um novo jeito de encenar, porque sempre buscamos o novo e o inusitado”. A atriz e diretora faz o convite: “esperamos receber mais uma vez o carinho do público desta capital, que em nossa última estada nos recebeu de braços abertos. Fazer teatro aqui em Porto Alegre é muito rico, porque vocês têm uma tradição de teatro, e principalmente de teatro de rua”.
Novo patrocínio garante perenidade
Desde o ano passado a Cia de Teatro Nu Escuro conta com o patrocínio da Petrobras. O projeto contemplado no Petrobras Cultural prevê uma circulação nacional e a pesquisa para a criação de um novo espetáculo teatral. Segundo Hélio Fróes, um dos integrantes do grupo desde sua fundação, a turnê deve garantir à Nu Escuro a consolidação de sua imagem junto ao público de várias regiões do país. Hélio ainda completa: “a possibilidade de manter a companhia teatral com recursos perenes, durante pelo menos três anos, fortalece não só o nosso grupo, mas todo o cenário artístico brasileiro. A importância desse projeto é que ele amplifica as demandas culturais em diversas regiões do país, e desloca recursos à medida que fazemos nosso trabalho em várias praças, com a geração e emprego em cada um dos lugares que visitamos. Nosso desejo é que mais pessoas se qualifiquem pra produzir seus próprios projetos e ações, em todos os estados brasileiros, e que a gente fortaleça essa troca que acontece sempre que temos a oportunidade de receber em Goiânia um grupo de fora, ou que podemos levar o nosso trabalho para o mundo.”
APRESENTAÇÕES TEATRAIS – CIA DE DANÇA NU ESCURO (GOIÂNIA/GO)
ESPETÁCULO PLURAL:
Quando: Quarta-feira (23/4), às 20h e quinta-feira (24/4), às 15h* e às 20h. (*exclusiva para escolas públicas localizadas em bairros com alto índice de violência, tráfico de drogas e em situação de vulnerabilidade social – previamente inscritas).
Onde: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1223)
Entrada franca
ESPETÁCULO GRATO NEGRO:
FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE RUA DE PORTO ALEGRE
Dia 25 de abril, sexta-feira – Largo Glênio Peres (Centro) às 17h
Dia 26 de abril, sábado – Rua Petrônio Portela n° 1100 (Rubem Berta) – Escola Estadual Poncho Verde às 15h30
Dia 27 de abril, domingo – Brique da Redenção/Monumento do Expedicionário, às 13h50
Entrada franca
A CIA DE TEATRO NU ESCURO
A Cia de Teatro Nu Escuro é uma das principais representantes da arte cênica produzida na região Centro-Oeste do Brasil. O grupo teve início em 1996 e foi fundado por alunos remanescentes da antiga Escola Técnica Federal de Goiás. Em 2014 seus atores e colaboradores – a maior parte deles os próprios fundadores – contabilizam 18 anos de arte, 14 espetáculos montados, e inúmeras oficinas de formação profissional e de público, realizadas em diversos estados brasileiros e também no exterior.
O Teatro de Grupo é a principal base do trabalho da Nu Escuro. Formação de plateia é outra razão para suas atividades. A Companhia mantém em cartaz um repertório de cinco espetáculos e mais duas cenas curtas. Desta forma, o fazer teatral não se reduz a simples montagem de espetáculos passageiros, mas prevê a tentativa de manter estes trabalhos em cartaz pelo maior tempo possível, com o intuito de, a cada apresentação e a cada troca de experiência com a plateia, poder aprofundar o debate a respeito do que se coloca em cena, que em sua totalidade é a própria essência humana.
O ESPETÁCULO PLURAL
PLURAL é um espetáculo de bonecos e seres humanos, que apresenta a trama tecida pelas histórias de uma menina chamada Maria. Suas primeiras recordações remetem aos seus sete anos. A narrativa – que se utiliza de bonecos forrados de tricô e crochê, de atores e atrizes que cantam e dançam cantigas populares – costura memórias, fiando um cenário que parte do universo rural para o urbano, histórias vividas e sentidas, com seus encantos, medos, violências, coragens, lamentos e alegrias. Uma trama sempre tensionada entre o drama e a poesia, o trágico e o humor. A obra parte de relatos de familiares dos integrantes do grupo, criando um diálogo entre o factual e o ficcional, para falar de uma parcela de mulheres que migraram, principalmente de Minas Gerais para Goiás, na promessa de melhoria de vida. Plural foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz. A brincadeira é o ponto de ligação. Brincar de boneca é uma das diversões mais prazerosas para meninas do mundo inteiro, onde é possível atravessar universos e histórias, remontar comportamentos familiares ou simplesmente se distrair. O espetáculo Plural foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz.
FICHA TECNICA: Direção Geral: Izabela Nascente – Atores/ Manipuladores: Abilio Carrascal, Adriana Brito e Eliana Santos – Trilha sonora e preparação musical: Abilio Carrascal – Música original “Bananas em Chamas”: Hélio Fróes e Cristiane Perné – Iluminação: Rodrigo Assis – Direção de vídeo: Rô Cerqueira e Lázaro Tuim – Projeção Mapeada: Lina Lopes – Concepção de bonecos, figurinos e cenário: Izabela Nascente – Confecção de Bonecos: Izabela Nascente, Marcos Lotufo, Marcos Marrom, Rô Cerqueira e Cia Nu Escuro – Confecção de Cenário: Marcos Lotufo e Lázaro Tuim, Izabela Nascente, Cláudio Livas, Mara Nunes e Cia Nu Escuro
O ESPETÁCULO GATO NEGRO
Gato Negro é o mais novo espetáculo de rua da Cia de Teatro Nu Escuro. Inspirado em mitos populares do imaginário latino-americano, narra a história de três mulheres que vivem isoladas em uma fazenda no interior de Goiás. A história se passa no início do século XX. Três irmãs que esperam por sete anos um cavalheiro chamado Samuel Godói dos Santos. O homem prometeu voltar e se casar com uma das três donzelas. Durante a espera elas recebem a visita de uma estranha criatura, meio homem e meio gato, que altera a rotina de suas vidas.
Esta montagem faz parte da trilogia GOYAZ de investigação cênica proposta pelo Cia Nu Escuro, que tem como objetivo olhar de forma crítica e poética para a formação rural do Estado de Goiás. Gato Negro, dirigido por Hélio Fróes, é a segunda peça dessa trilogia, que começou com Plural (2012), com direção de Izabela Nascente e terminará em 2015 com a peça O Iconógrafo, com direção de Lázaro Tuim. A trilogia GOYAZ também tem como proposta fortalecer as linhas de estudos e técnicas do grupo fundamentadas no trabalho de investigação do ator, na música executada ao vivo e no teatro de formas animadas.
A obra recebeu o Prêmio ProCultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro de 2010, o Prêmio Funarte de Artes na Rua em 2011 e também contou com o incentivo da Lei Goyazes – Lei Estadual de Incentivo a Cultura.
Ficha técnica: Direção e Dramaturgia: Hélio Fróes – Elenco: Abilio Carrascal, Adriana Brito, Eliana Santos, Izabela Nascente, Lázaro Tuim – Direção Musical: Abilio Carrascal e Cristiane Perné – Músicas originais: Cristiané Perné, Hélio Fróes e Abilio Carrascal – Coreografias: Lázaro Tuim, Luciana Caetano e Juliano Andrade – Figurinos: Rô Cerqueira – Cenografia: Wagner Gonçalves – Bonecos: Izabela Nascente, Marcos Lotufo e Marcos Marrom
